domingo, 8 de dezembro de 2013

BATE BOLA com Sambaquy

1 ANO DE ARENA DO GRÊMIO 
















Peço licença ao amigo Sambaquy, para um registro especial nesse 08 de dezembro e que se faz necessário antes de sua coluna, o Bate Bola. Um ano atrás era inaugurada a Arena do Grêmio em Porto Alegre, a mais moderna Arena do país, trabalho que reuniu centenas, milhares de pessoas, e que por muito tempo foi objeto de dúvidas, pois muitos não acreditavam que sairia do papel. Pois bem, o nosso sonho e de incontáveis Gremistas já completa 1 ano, como uma fantástica realidade. Existem alguns privilégios na vida de uma pessoa, que se oferecem uma única vez, sou grato por ter podido fazer parte de mais esta incrível história. Quem acredita faz.

Com o pé no "taquinho" que marcava o centro do gramado, 04 de junho de 2010. A Arena do Grêmio foi inaugurada em 08 de dezembro de 2012.





















BATE BOLA com Sambaquy




















Ao escrever uma coluna para a AFM Caxias do Sul, intitulada O MUNDO NUNCA MAIS SERÁ O MESMO, fui questionado pelo querido amigo Enio Seibert, sobre um pronunciamento feito pelo Chico Buarque de Holanda. Perguntado, em uma entrevista publicada na Revista Manchete, de 20 de junho de 1970, por Armando Nogueira, se havia encontrado receptividade para o futebol de botão, na Itália, Chico respondeu: - Eles jogam um botão muito diferente do nosso, mais chegado ao dos baianos, por exemplo. Com peteleco, bola chata e outros bichos. O Politeama F. R., não conseguiu impor suas regras. Chico sempre jogou com bolinhas esféricas, tendo estranhando muito a maneira de jogar dos baianos, com o disquinho fazendo às vezes de bolinha.

 























O Enio achou que eu fizera alguma confusão ou interpretado equivocadamente as palavras do botonista Chico Buarque, afirmando que os italianos praticam uma modalidade de futebol de mesa chamada SUB-BUTTEO, como a tradução literal diz, botão acoplado a um boneco de plástico na sua parte superior, que é um futebol de mesa predominante na Europa. Ásia e Américas. Os seus campos de jogo de lona plastificada medem aproximadamente um metro de comprimento e a bola é esférica, com altura desproporcional, semelhante à dos bonecos sobrepostos aos botões.

Continua dizendo que, pode-se concluir que a maneira italiana de jogar, não tem similaridade com a baiana. A bola esférica não é perfeitamente redonda como a paulista de feltro ou a pernambucana, de borracha sintética, pois possui uma espécie de gomos que ajudam a travar em seus deslocamentos sobre a mesa. Os petelecos que acionam as jogadas são movimentos desferidos pelo dedo indicador do técnico da equipe, diferente do acionamento com os botões com a unha, usado pelos baianos.

Respondi-lhe que as palavras ditas pelo Chico estavam arquivadas em um compendio sobre o futebol de mesa, guardados na AFM Caxias e que providenciaria, através do Rogério Prezzi, uma cópia da reportagem para dirimir as suas dúvidas sobre a veracidade do que havia escrito.





















O Chico tomou conhecimento da Regra Brasileira quando realizou uma turnê pela Bahia e foi levado à sede da Liga Baiana, onde jogou uma partida contra Oldemar Seixas. Na ocasião foi-lhe presenteado um time do Fluminense, fabricado pelo mais famoso artesão de Salvador, Senhor José Aurélio da Silva. Portanto, ele conhecia o futebol de mesa dos baianos e sabia do que estava falando.

Outro detalhe, falado pelo Chico é o “peteleco” que no dicionário está grafado como: Peteleco, s.m. (Brás.) – Pancada com a ponta dos dedos, dada em geral nas orelhas das crianças. Sinônimo: picotê e, na Bahia, Chá de burro. Certamente ele quis referir-se ao modo baiano de jogar, utilizando a unha para o deslocamento dos botões. A interpretação ficará dúbia sempre, e só será elucidada se perguntada diretamente ao autor da declaração.

Eu não seria leviano ao ponto de “inventar” uma fala do botonista Chico Buarque de Holanda, pois, quando escrevo sobre os acontecimentos do passado me baseio naquilo que guardei desde o início dos anos sessenta. É um rico acervo que conta muitas histórias sobre o futebol de mesa durante a fase de estabelecimento como esporte de salão. Havia superado a fase infantil, aquela fase de jogar em porões e garagens, entre meninos. Estava ganhando ares de idade adulta e eu sempre acreditei que tudo o que fosse recolhido e guardado poderia, num futuro não muito distante mostrar aos adeptos do esporte, o quanto foi penoso e difícil a caminhada.

Por essa razão solicitei e mostro a página da revista Manchete, com as perguntas formuladas por Armando Nogueira, Baden Powell e Dóris Monteiro, nas quais Chico relata o seu amor pelo futebol de mesa, para ele, o futebol de botões.

























O futebol de mesa na Europa, Ásia e Américas não é só SUB-BUTTEO. Como aqui, lá, devem existir pólos onde o futebol de mesa possa ser praticado de diversas maneiras, razão pela qual eu acredito na veracidade da declaração do Chico. Na Espanha pratica-se um futebol de mesa semelhante à Regra Pernambucana, com o arqueiro no estilo de um botão, mas com bastante altura. No leste Europeu pratica-se o SECTORBALL e no Japão a regra 12 toques está sendo praticada por uma agremiação, conforme noticia o Futebol de Mesa News. Todas essas modalidades são praticadas no Vasco da Gama, na cidade do Rio de Janeiro.

Para ilustrar envio algumas fotos que atestam as informações desse Bate Bola.
















Time pronto para jogar em Barcelona, repare no goleiro

















Jogo realizado em Barcelona
 














 
Futebol de mesa no Japão















O representando do Futmesa japonês, Halley, com os paulistas De Franco e o ex-presidente Farah. 


Até a próxima.

2 comentários:

Futmesa disse...

Amigo Sambaquy:

Eu adquiri dois times de sectorball. Os botões de sector não podem ter mais de 50 mm de diãmetro. Geralmente os botões são altos para o nosso costume. Se acha time de sector com o padrão de altura próximo ao que nós jogamos na um toque. Os botões são adquiridos a um custo menor do que os da nossa regra. Eu comprei a uns dois anos atrás dois times usados feitos na Hungria. O colega, botonista brasileiro, me vendeu um por R$60,00 e o outro por R$80,00.

Um abraço,
Marcio Neves

Abiud Gomes disse...

Amigão Sambaquy. Lendo o relato, fico mais convicto que a bola esférica deixou de ser utilizada em algumas regras, mais pela dificuldade de jogar com desenvoltura, do que qualquer outra coisa. Não me recordo de ter visto jogo de botão com "bola" achatada antes dos anos 60. Fica o registro. Abração.