BATE BOLA COM SAMBAQUY

Nomes famosos são adeptos do futebol de mesa

Até hoje nós não aproveitamos a imagem de pessoas famosas que praticam ou praticaram o nosso esporte. Seria muito mais fácil a imprensa dar espaços generosos para todos nós se usássemos a imagem de botonistas famosos.

Chico Buarque de Holanda, Chico Anysio, Vinicius de Moraes, Osmar Prado, Bebeto, Pelé, Sócrates, Dirceu Lopes (Cruzeiro da época de Tostão), Magrão (arqueiro do Sport Recife), Oscar (basquete) e tantos outros já deram sua paletadas por aí. As fotos comprovam o que escrevo.

Quando a Regra Brasileira foi implantada, em cada espetáculo em Salvador, o pessoal da então Liga Baiana de Futebol de Mesa, se encarregava de levar a personalidade até a sede social e apresentá-lo à nossa regra. Fizeram assim com Chico Buarque, Chico Anysio, Dirceu Lopes, documentando para a posteridade. Oldemar Seixas era o encarregado de fazer a apresentação da regra, pois, pela sua condição de radialista tinha facilidade de manter um colóquio com o adversário. Além disso, o grande fabricante da época, José Aurélio, sempre presenteava o convidado com um time especialmente produzido para aquela situação.

Bebeto, por ser baiano conhece e pratica o futebol de mesa. Segundo o carioca Wanner, a mesa de propriedade do Bebeto é feita de jacarandá, a madeira nobre dos baianos.

Pelé, confessa que conhece, e praticava muito o nosso esporte, mas que era freguês de seu irmão Doca, o qual jogava sempre com um Palmeiras. Pelé tinha um Corinthians e muitos atribuem ao seu fracasso nas mesas as performances que tinha quando defendia o Santos F. C. contra o timão.

Por falar em Palmeiras, encontrei uma foto do botonista dessa agremiação, o Fábio Bolla, junto com o craque Rybery, do Bayern de Munique. Quem sabe o Bolla não estava fazendo uma propaganda do futebol de mesa preferido pelos paulistanos, isto é, a Regra de 12 toques, fornecendo um time bávaro ao grande atacante francês.

O Departamento de Futebol de Mesa do Sport Club do Recife homenageia os jogadores, dando seu nome aos campeonatos realizados. Com isso, pelo menos na hora da premiação, contam com a presença ilustre que acaba aparecendo nas fotos que são postadas no blog.

Além dos citados anteriormente, temos conhecimento de que Eder Jofre, nosso eterno Galinho de Ouro era um excelente botonista, assim como Delfim Neto, Herbert Levy, Edu Lobo, Elcio Álvares, e tanto outras personalidades brasileiras.

Primeiro Centro Sul, realizado em Brusque (SC) – agosto de 1979

Esse torneio foi vencido por DIRNEI BOTTINO CUSTÓDIO, ficando nas demais colocações Antonio Carlos Martins (RJ), Paulo Roberto Schemes (RS) e Helio Nogueira (RJ).

Certa ocasião fui cobrado pelo amigo Careca, para falar sobre Dirnei, mas confessei a minha incapacidade, devido às poucas oportunidades em que estivemos juntos. Mas, para compensar, vou detalhar a campanha do Dirnei, jogo a jogo:

No sorteio ficou na chave G, com Antonio de Oliveira (SE), Luiz Carlos Moritz (SC) e Claudio Luiz Schemes (RS).

Dirnei Custódio (RS) 0 x 2 Antonio Oliveira (SE)

Dirnei Custódio (RS) 4 x 0 Claudio Luiz Schemes (RS)

Dirnei Custódio (RS) 9 x 0 Luiz Carlos Moritz (SC)

Na fase de Mata-Mata, jogou contra José Moacir Merico (SC).

Dirnei Custódio (RS) 1 x 1 José Moacir Merico (SC).

Decisão por pênaltis à distância: 2 x 1 para Dirnei.

Classificado para a Eliminatória jogou contra Paulo Narciso da Rocha (SC).

Dirnei Custódio (RS) 2 x 1 Paulo Rocha (SC)

Classificado para a Semi Final jogou contra Helio Nogueira (RJ).

Dirnei Custódio (RS) 2 x 0 Helio Nogueira (RJ)

Na decisão Final enfrentou o outro carioca Antonio Carlos Martins.

Dirnei Custódio (RS) 0 x 0 Antonio Carlos Martins (RJ).

Decisão por pênaltis à distância: 3 x 1 para Dirnei.

No rescaldo final teve o ataque mais positivo com 18 gols conquistados.

Em parte estou saldando o meu débito para com o amigo Careca.

Palavra do ex-presidente da CBFM – José Jorge Farah Neto

Perguntado pelo informativo EM NOSSAS MÃOS, que divulga o futebol de mesa paulista, sobre o que ainda falta para o Futebol de Mesa se tornar mais popular e com um número maior de participantes, respondeu:

" Primeiro ter uma estrutura melhor desenhada, depois investir nas crianças. Somente assim vamos perpetuar o esporte e fazê-lo crescer muito mais. O interior tem crescido muito. Esta semana filiamos um clube de Campinas e creio que até 2012 teremos ainda Presidente Prudente, Lins e Bauru devidamente filiados. Praticantes existem, porém precisamos dar suporte a todos. Espero deixar esse legado ".

Falava como presidente da Federação Paulista de Futebol de Mesa, cargo que exercia simultaneamente ao de presidente da Confederação.

Perguntado sobre seus planos para o futuro, continuou:

" Caso os clubes queiram que eu siga por mais quatro anos a frente da entidade, seguirei, porém estamos abertos a quem quiser e tiver competência para assumir a FPFM na próxima eleição. Além disso, trabalho junto ao SEADE/SP, que é o Sindicato das entidades esportivas do Estado de São Paulo, que é quem auxilia todas as entidades de gestão do esporte e tem que ter pessoas atuantes para investir cada vez mais no esporte como um todo. Sou jornalista e historiador, participo de grupos de estudo de futebol, enfim, tenho minha vida ligada ao esporte e amo fazer isso, pretendendo sempre estar próximo disto, que já virou uma doença boa. O que eu menos faço hoje em dia é jogar botão, pois infelizmente não sobra tempo para tal ".

Associação Pernambucana de Futebol de Mesa – Botãobol

Pois esses amigos desde o ano 2000 têm realizado competições maravilhosas, jogando com botões de 3,5 cms, com um goleiro circular com 4 cm de altura e 6 cm na base. A bola é esférica, feita de borracha, totalmente lisa. As traves medem 85 mm de largura por 58 mm de altura. A mesa tem a medida de 2,10 x 1,20.

Recebi do amigo Abiud Ferreira Gomes o quadro de competições, desde o ano 2000 até o final de 2012, no qual foram disputadas noventa competições, entre campeonatos e torneios comemorativos.

Há competições oficiais que contam pontos para o ranking da agremiação, competições não oficiais e competições realizadas com outra regra diferente do Botãobol. A quantidade de campeões é imensa, pois dificilmente um mesmo nome é repetido na competição seguinte. Isso mostra a paridade entre os botonistas praticantes do futebol de mesa com bolinha de borracha, jogado com botões pequenos, que dão uma conotação mais próxima do futebol, pois há sempre bastante campo livre, diferente do que estamos acostumados a ver.

Tenho muita vontade de assistir jogos do botãobol, pois a habilidade deve ser demonstrada em cada jogada, pois, diferente da bolinha de feltro, a de borracha desliza muito mais rapidamente.

Examinando o livreto de regras, me deparei com o capítulo XIX – Da anulação da partida, artigo 33, que no seu item “d“ assegura que a partida será anulada por conduta inconveniente dos assistentes, comprometendo a atuação das equipes (botonistas), sem que a arbitragem tome qualquer atitude para coibir essa ação. Me fez recordar um determinado campeonato brasileiro, cuja assistência, movida a cerveja não permitia o correto desenvolvimento de um dos botonistas. Esse campeonato só foi resolvido em uma reunião posterior, realizada no Rio de Janeiro, quando foram declarados dois campeões brasileiros naquele ano.

O futebol de mesa é algo envolvente e em qualquer regra. As emoções serão sempre iguais e farão com que os vencedores sintam-se super homens e os perdedores, abatidos, e voltem para a competição seguinte imbuídos em melhorar seu desempenho.

Até a próxima quinzena.

Na edição do LANCE DE DOMINGO descubra o craque que volta com força ao nosso Futmesa neste ano e no BREAKFAST da segunda-feira, confira a opinião do Gothe Gol quanto a camisa escolhida para os gaúchos usarem na temporada 2013.