domingo, 15 de setembro de 2013

BATE BOLA com Sambaquy




















ESPÍRITO SANTO NO GOTHE GOL

A notícia da estreia do Thiago Feliz, como comentarista do Gothe Gol fez com que eu pudesse retornar ao ano de 1979, quando Vitória realizou pela primeira vez em sua história uma competição de caráter nacional de futebol de mesa.





















O pessoal do Rio de Janeiro, pela proximidade, comandados pelo Antonio Carlos Martins tinham incentivado os botonistas daquele estado a promoverem o campeonato brasileiro de 1979. E assim foi feito.
Representando Santa Catarina, já que nos foram destinadas algumas vagas nos fizemos representar pelos seguintes botonistas: Eduardo e Jurandir (Criciúma), Walter e Arnaldo (Florianópolis) e Marcio e Sambaquy (Brusque).
















A minha campanha, que se iniciou com um treinamento contra Jomar Moura, no dia 19 de janeiro terminou com uma derrota de 3 x 4. Estava sentindo o ambiente e as mesas que por sinal eram muito boas. No dia 20 de janeiro enfrentei Manoel Gomes (Espírito Santo) e venci por 2 x 1. Meu jogo seguinte foi uma derrota para Uacy N. F. Costa, de Maceió, Alagoas, por 0 x 2, e a última partida contra o meu querido amigo Luiz Ernesto Pizzamiglio, de Caxias do Sul, com vitória de 4 x 3.





















Estava classificado para as oitavas de final e enfrentei o temível Roberto Dartanhã (ícone baiano e um dos criadores da Regra Brasileira). Nosso jogo ficou em 0 x 0. Iria decidir a vaga contra Wilson Marques, de Natal, Rio Grande do Norte e venci, graças a um gol espetacular de Paulo César Carpeggiani. Um tipo de gol que a gente nunca mais esquece, pois a bolinha estava na intermediária adversária e o Carpeggiani na minha intermediária. Chute seco que encobriu o goleiro adversário.





















Estava classificado para as quartas de finais, contra o primeiro campeão brasileiro da modalidade, o inesquecível Átila Lisa. Tive chances de vencer, pois coloquei duas bolas no poste e uma na quina do goleiro, mas acabei levando um gol de zagueiro, que vindo de longe levou tudo adiante; bolinha, goleiro e a minha esperança de ficar entre os quatro melhores daquele campeonato.
Terminei em sétimo lugar pelo critério de gols feitos.





















O campeão foi o meu primeiro adversário em Brasileiros, o José Inácio, de Sergipe, ficando o meu algoz, Átila, com o vice campeonato, Vilno (Alagoinhas - Bahia) com o terceiro lugar e  Antonio Carlos Martins com a quarta posição. Júlio Nogueira (Rio de Janeiro) com 3 vitórias, 2 empates e uma derrota ficou em quinto, Romualdo (Rio Grande do Norte), com 3 vitórias, 1 empate e 2 derrotas e com 10 gols ficou em sexto. Eu consegui as mesmas 3 vitórias, 1 empate e 2 derrotas, mas marquei 8 gols e fiquei em sétimo. Na oitava colocação ficou Jomar Moura com 2 vitórias, 2 empates e 2 derrotas.

















O fato marcante foi ocasionado no dia 20 de janeiro, quando estávamos para reiniciar os jogos, após o almoço, quando o ginásio foi tomado por militares e entrou triunfalmente o governador Élcio Álvares. Muito simpático conversou com todos, tirou fotos e em seguida colocou seu time na mesa para jogar uma partida contra o presidente da Associação Brasileira de Futebol de Mesa, Jomar Moura.





















No jantar de encerramento, quando foi entregue a premiação aos quatro primeiros colocados, ele esteve presente, e elogiou muito ao nosso campeão José Inácio, colocando-lhe uma camisa representativa do Espírito Santo.

 Sambaquy apita Orlando vs. Oldemar













Até então tudo fora festa e alegria. Mas, as chuvas haviam começado e, nós que havíamos saído de Brusque com dois carros, sofremos muito no retorno, pois a água subia tremendamente.

Atravessamos a cidade de Goytacaz não conseguindo ver o chão, pois a água cobria a rua totalmente. Felizmente conseguimos chegar até a ponte Rio Niterói, quando entreguei o carro ao meu amigo Décio Belli, que o trouxe até São Paulo. Lembro que em determinado trecho da estrada, ainda na saída de Vitória, paramos para comprar jacas, pois elas não existem em Santa Catarina. Sofremos uma barbaridade, pois elas encheram o carro de um odor insuportável, mas nós queríamos mostrar para os nossos familiares aquela fruta tão falada e que ninguém conhecia.

Os dois carros levaram para Vitória os botonistas: Edson Appel (cujo carro não tinha estepe e nem documentos, pois ele esqueceu em casa), José Ari Merico, Roberto Zen e Oscar Bernardi e no meu o Décio Belli e sua esposa e comigo a minha Janete, minha maior incentivadora.

Em São Paulo, o José Ari Merico, que negociava carros, seguiu na frente, pois dizia que conhecia tudo por lá. Perdemos-nos e acabamos em Itu. Quando eu acordei, pois havia dirigido mais de 700 quilômetros sob tensão, estava na cidade das coisas grandes. Como eu tinha estado em São Paulo pouco antes, fazendo um curso pelo Banco do Brasil, segui na frente e voltamos à capital. Ao chegarmos, na minha frente um caminhão com placas de Santa Catarina. Fiz sinal para eles nos seguirem e toquei atrás do caminhão o tempo todo. Quando vimos estávamos saindo da cidade. Viajamos o dia inteiro e chegamos a Brusque quase à meia noite. Os que vinham no carro do Edson, na entrada da cidade passaram a soltar rojões que haviam comprado em uma das paradas para abastecer ou alimentar nossos estômagos.

Quase que a polícia nos prende, pela perturbação do sossego público. Mas, valeu à pena, pois até então havia sido a melhor colocação que Santa Catarina conseguira em Brasileiros.

Recordando esses fatos, quero parabenizar Thiago Feliz e desejar que tenha muitos leitores em sua coluna, que com certeza, será mais uma grande conquista de nosso grande Gothe.

Até o próximo Bate Bola.

3 comentários:

lhroza disse...

LH.ROZA...
amigo AC.SAMBAQUY...como sempre é uma verdadeira "aula" ler sua COLUNA.
E para os novos praticantes desse nosso lazer, o FUTMESA, creio que devam salvar em seus arquivos, pois são verdadeiras relíquias.
um abç. e até a próxima ...

SAMBAQUY, Adauto Celso disse...

Meu amigo Roza,
Suas palavras são sempre de alento e é por essa razão que não posso parar, pois foi nesse ambiente do passado que chegamos ao nível atual em nosso esporte.
Foi tudo muito dificil, mas se tivessemos de voltar, com certeza, fariamos tudo isso de novo, para poder sentir a alegria dos botonistas de agora.
Abração meu amigo fiel.

Anônimo disse...

Sambaquy, Fico muito feliz em despertar tais lembranças a partir da minha coluna!! Você é uma enciclopédia do nosso futmesa!!
Espero poder conquistar muitos leitores e sempre dar notícias do que rola nas mesas pelas bandas de cá!! Grande Abraço!!