domingo, 1 de setembro de 2013

O BÁVARO CAVADOR




















Por Ricardo Gothe - Uma coisa confusa, que bate cabeça, castiga a bola, mas é capaz de ganhar. A frase é a que melhor define o time do Grêmio hoje, um time equivocado na forma, por consequência com um rendimento técnico sofrível, sobrevivendo de gols encontrados e quase exclusivamente das circunstâncias dos jogos, pois não mostra condições por si de obter os resultados.

O jogo de ontem com a entrega de Betão e a colaboração do parceiro Diego no gol de Kleber (Kleber merece mesmo marcar), e a expulsão correta de jogador da Ponte é prova disso, mas não a única no conjunto de bons resultados. Mesmo contra 10, quem parecia ter um jogador menos era o Grêmio. Diferente do que fez contra o Cruzeiro, Portaluppi não soube mexer para impor a vantagem. Aliás colocou Zé Roberto, para na sequência com "convicção" tirar um atacante para colocar um volante. Quantos volantes para garantir uma vitória de 1 gol contra uma Ponte Preta com 10 jogadores ?

Circunstâncias de time com jogador expulso, gol encontrado e falta evidente de soluções, se repetiram contra Bahia, Cruzeiro, Santos, Ponte e até mesmo diante do Flamengo, embora o Fla não tenha nenhuma condição de ameaçar quem quer que seja.

Como torcedor, não há quem possa estar insatisfeito, classificação na Copa do Brasil, 5 vitórias consecutivas no brasileiro, talvez hoje a liderança em pontos ao final da rodada, mas se você não acreditar em papai noel, seres extraterrestres e no coelho da páscoa, sabe que o futebol que vem sendo apresentado é o pior possível, que é um time óbvio e fácil de ser neutralizado ofensivamente, que não tem qualidade no meio (aliás, não tem meio de campo) e que não é um time em que se possa confiar.

O 3-5-2 que nasceu de uma emergência para o GREnal (corretamente), tornou-se esquema de jogo, até quando a maré irá colaborar conosco ? Não há dúvidas dos méritos de Portaluppi em unir o grupo, motivar, mas logo o Grêmio precisará de mais. Ele poderá evoluir colocando alguém de qualidade no meio de campo do seu 3-5-2, pelo menos isso. Deixar Zé Roberto no banco é estúpido, para dizer o mínimo.

Mas o 3-5-2 com o balão sempre passando por cima do setor de meio é burro, o 3-5-2 com Bressan no time, injustificável, o 3-5-2 sem alas de qualidade quando a obrigação é vencer (Santos e Ponte Preta na Arena), impensável, a sorte não estará sempre disponível por aí.

Nada de radicalismos, o 3-5-2 no serra Dourada na terça pode se justificar plenamente, com pequenos ajustes. O Goiás está mal na tabela mas é um time muito perigoso, de toque, veloz. Nesta situação pode ser plenamente aplicável. Seria necessário o 3-5-2 contra a Lusa na Arena no sábado seguinte ? Seria necessário impingir um forte sofrimento ao torcedor para uma vitória por 1 gol diante da Portuguesa, um gol do acaso ?

A crítica na vitória tem a vantagem da lucidez, um mal momento não deve se traduzir em terra arrasada, as vitórias em contrapartida devem ter a leitura correta, além do coração. O nível do campeonato pode estar ajudando o próprio momento, mas é uma competição longa, os times crescerão no returno, o Grêmio tem tempo suficiente para dar um formato a sua "forma" de jogar, e melhorar tecnicamente a ponto de disputar de fato o título ao invés de ser um líder de momento.

Amanhã no Gothe Gol o Campeão da Copa da Inglaterra, os preparativos para o "clássico" de liso que reunirá gaúcho e baiano em Salvador, Liga Argentina no Rio de Janeiro, futebol e mais futmesa.

Nenhum comentário: