quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

COLUNISTAS

Se houve um critério que balizou o convite a colunistas para o Gothe Gol, foi o de pensarem diferente do Editor. O que tempera a página de forma especial são as opiniões diversas destes e sem dúvida a Zona de Comentários, onde encontramos avaliações sérias sobre os debates propostos, gozação pura sobre os mesmos temas, radicais contrários e até elogios. Ontem mesmo a edição da terça contou com 18 postagens na ZC, onde mais se encontra tamanha participação falando sobre Futmesa ?

Existem dois ícones do critério de pensar diferente do Editor entre os que já escrevem ou escreveram no Gothe Gol. É claro que os colunistas vermelhos só podem ir em direção contrária ao Editor Gremista, Rafa Tosh sempre odiou o futebol alemão e cantou louas ao UFC argentino, digo, ao futebol argentino.

Mas Cristian Costa que deu sequência a NA AVALANCHE de Rafa Tosh e Pedrinho Hallal que é quem assina o CONEXÃOLiso, são por excelência a antítese das idéias do Editor, quer seja sobre o Grêmio, seja sobre o Futmesa ou o futebol em geral. E isso é perfeito.

Na semana passada o Cristian me ligou avisando que não mais escreveria o NA AVALANCHE, relata incompatibilidades com seu volume de trabalho atual, e no texto de hoje revela algum cansaço, que creio legítimo.

Escrever diariamente como faço de forma amadora e sem estrutura de apoio é mesmo uma loucura completa, em fevereiro vamos fechar 5 anos ininterruptos de atualizações diárias em quase 10 anos de publicação (agosto de 2013), e em 99% das vezes falando de Futmesa. Poderia incluir posts sobre marte, a última viagem de um clássico vapor, a banda do meu bairro que lançou um novo hit, ou qualquer outra coisa para garantir o "diário", mas o esforço é mesmo o de informar de fato sobre o esporte e propor a reflexão sobre os temas de seu interesse.

Mesmo escrever uma vez na semana é tarefa duríssima, até para um jornalista. Agradeço de verdade a disponibilidade do Cristian Costa em ter enfrentado a coluna NA AVALANCHE com o desafio de manter o sucesso alcançado pelo Rafa Tosh. Cristian tem e já disse isso quando ele não escrevia por aqui, o melhor texto do nosso Futmesa, escreve como eu gostaria de escrever e não tenho talento para tal.

Cristian, tenho certeza que o meu muito obrigado é o muito obridado de cada internauta que navega aqui no Gothe Gol, e que agora, pelo menos nesta página, estará orfão nas quartas feiras de um texto sempre prazeroso de ser lido, com as estocadas certas não só no Editor, mas nesta babel de idéias sobre o Futmesa e o futebol que tanto nos apaixona.

Gothe - O Editor.

CAMPEÃO DE TUDO

por Alex Degani




















GRENAL

No domingo passado, o céu estava debochadamente belo e azul sobre o Estádio Olímpico Monumental. Realmente, era um dia ímpar. Fechava-se o ciclo deste mítico estádio. Local que presenciou a conquista da América por duas vezes e, coincidentemente, duas quedas para a disputada série B. Tomara que na Arena a história se repita... Tivemos ainda o lado engraçado do clássico. Vimos colorado imitando o Kidiaba, e presenciamos a primeira avalanche sem gol. Duas piadas!

A Nobreza Agradece

Cepel venceu a Taça RS de Cavados e tornou-se Bicampeão deste tradicional e cobiçado caneco. Este foi seu maior feito? Claro que não. Toda a alta nobreza estava na torcida por Cepel, pois até hoje apenas o alto escalão conquista este caneco. E, Cepel - assim como fez seu amigo Aldyr em tempos remotos - impediu que um servo da gleba dos cavadores fosse o campeão. E, a torcida pelo bicampeonato vinha de todo alto escalão. Lá no do interior do Paraná, Clair Marques aguardava o fim do jogo de dedos cruzados. Os Schemes seguiam agoniados, pois temiam pela desvalorização do campeonato em caso de uma surpresa na final. Panda, em Cascavel, prometeu jejum de 20 dias caso Cepel ficasse com o título. A torcida era tão grande, que até mesmo Marcelo Vinhas e o "dindo" mandavam vibrações positivas para o Cepel. Após o término da partida, teve foguetório até em Lajeado, nas proximidades da residência da família Bauer. Final das contas, a história se repete e a nobreza fica, como sempre, com o caneco. Porém, temos que reconhecer que os servos estão evoluindo (não são mais apenas bobos da corte) pois pela segunda vez, temos um Curi na final, haja visto que o primeiro foi esquartejado na finalíssima de 2010.

Evolução Sempre!

Temos que procurar tornar a modalidade Livre menos truncada e, consequentemente, mais atrativa. Sendo assim, penso que algumas alterações poderiam ser promovidas a fim de tornar o jogo mais franco. Há algum tempo, penso nisso. Vejam se vocês não concordam...

Primeiro: o botonista A joga pelo empate. No tiro-de-meta, arruma os botões com 7 defensores e 3 atacantes. Com o andar do jogo, ele na primeira bola parada cedida pelo adversário, pega aquele um botão do ataque para executar a jogada e, consequentemente, fica com dois botões no ataque e oito na defesa. Seria simples uma mudança com a idéia de que "toda e qualquer execução de bola parada (tiro, lateral, dois toques, reposição) tenha que ser executada por botão posicionado na defesa"

Segundo: botonista A fica trancando a bola, nas proximidades da mesa, visando gastar o tempo. Uma jogada comum, e fácil de ser anulada. É só restringir o número de jogadas com o mesmo botão. Sugestão: "o botonista A, quando no campo defensivo, não pode praticar mais do que duas jogadas consecutivas com o mesmo botão". Isso exigiria mais técnica e raciocínio do botonista A, deixando de ser tão simples se defender.

Terceiro: alteração mais simples. "Voltar a arrumar os botões apenas quando gol!". Muitas vezes, o botonista A põe a bola para fora única e exclusivamente para repor sua defesa. Há algum mérito nisso?
Tenho mais idéias, e estas podem ou não compactuar com as suas, pois ninguém é o dono da verdade. Porém, quando paro para pensar, uma pergunta me deixa inquieto: "Por que as modalidades Livre e Liso, jogos tão distintos e de raciocínios muitas vezes antagônicos, devem ser praticados com a mesma regra? Não parece lógico. Nós, gaúchos, temos que lutar por mudança, ao invés de aceitar o comodismo de disputar o Cavado simplesmente aceitando as alterações realizadas na regra, as quais visam apenas a melhoria da modalidade Liso!

FGFM

Encaro a FGFM como se fosse minha segunda associação. Por ela tenho carinho. E muito orgulho de usar suas cores em competições de nível nacional. Porém, a competente cúpula mandante do futmesa gaúcho deve ter mais atenção com a premiação dada nas competições oficiais. Além de serem completamente despadronizadas, são na maioria das vezes de baixa qualidade.

Exemplo 1: venci os dois últimos Estaduais de liso. O troféu do primeiro é grande e de madeira, ao passo que o segundo é pequeno e de vidro!

Exemplo 2: há dois meses, venci a Taça RS de lisos, e o troféu oferecido era um laçador de madeira com arte colada. E tal arte já está descolando...

Amigos da FGFM, espero que entendam a essência construtiva da minha crítica, e que parece ser unanimidade nos quatro cantos dos salões de jogos.

1 abraço a todos, em especial aos amigos Foschiera, Breno e Silvio !

NA AVALANCHE

por Cristian Costa

DESPEDIDAS

Roberto conhecia a expressão do pai de longe. O “velho” quando sorria para o horizonte estava perdido em lembranças num labirinto onde a saída nem Ícaro encontraria. Ele passou de fininho na sala, não queria atrapalhar os pensamentos do seu Luiz.

Entrou na cozinha. Abriu a geladeira mansamente. Pegou uma Coca Zero na parte interna da porta. Serviu um copo e voltou rapidamente para a sala. Com os olhos mareados começou a observar novamente o seu Luiz. O “velho” despertou repentinamente do transe nostálgico e disse encarando o filho único no olho: “No passado sempre vivemos os melhores anos das nossas vidas. A gente fica lembrando e até sonhando em mudar algo de tão palpável que essas lembranças ainda encontram-se dentro da gente”.

Roberto sorriu como resposta. Depois acrescentou.

“Lembrando do Olímpico novamente pai?”.

Questionou Roberto já sabendo a resposta.

“Eu te contei do jogo que o guri mudinho se perdeu da família? Foi contra o Náutico no quadrangular final do campeonato brasileiro da série B em 2005”, respondeu seu Luiz.

Roberto conhecia a história, mas fez um sinal negativo com a cabeça. Adorava quando o pai repetia as histórias vividas no Olímpico. Não por elas, que já conhecia dos pés a cabeça, porém pelo fato do velho abrir seu melhor sorriso chinês ao contá-las. A sensação de felicidade tomava conta do local. Invadia pai e filho numa cumplicidade que não encontravam em nada mais na vida.

E o pai começou:

“Estavam eu e dois amigos atrás da trave da Carlos Barbosa. Na nossa frente um menino, de uns dez anos, surdo-mudo via o jogo com mais um guri, mais ou menos da mesma idade, e dois adultos. Na metade do primeiro tempo, o garoto simpatizou com a gente e começava a fazer gestos a cada ataque do Grêmio.

No início foi tranquilo, mas depois ele queria tanto a nossa atenção que acabávamos perdendo o foco no jogo. No intervalo, o jogo estava 0x0 ainda, mudamos de lado, até para poder ver melhor a partida. Fomos para o lado onde ficava a Geral. Por volta dos 35 do segundo tempo, com o placar ainda em branco, a gente avista o garoto sozinho no meio da multidão com um olhar de quem viu as gêmeas do filme Iluminado no corredor do hotel.

Eu corro até o garoto e ele me abraça forte. Pego a sua mão e trago até a gente. O problema era nos fazer compreender. Tentávamos desesperadamente explicar que assim que o jogo acabasse iríamos deixar ele com a Brigada Militar em um local seguro. Ele só emitia gritos desesperados como resposta. Tudo era tensão. O jogo 0x0 quase aos quarenta do segundo tempo e uma criança que dependia de nós, três adolescentes na época.

Aos 43 do segundo tempo, o Domingos, nosso zagueirão, meteu um gol de cabeça. Festa e avalanche. Fomos juntos na massa e levamos o garoto. Quando voltávamos para o nosso lugar, ele enxergou o pai a poucos metros e foi lá correndo. O encontro dos dois foi espetacular. O cara nos agradecendo e tudo isso em meio a festa pela vitória.

Nos jogos e anos seguintes sempre que a coisa tava feia alguém brincava, bem que o garoto mudo podia aparecer para dar sorte”.

Roberto inclinou a cabeça pra trás e soltou uma gargalhada, meio ensaiada, é verdade. Enquanto fazia o movimento, o pai disparou: “Já te contei da vez que dois caras na nossa frente achavam que tava 0x0 e o jogo tava 1x0 pro Grêmio?” “Não pai, conta” pediu Roberto. E lá foi o “velho” a viajar novamente. “O jogo era contra o São Caetano pelo brasileiro de 2002...

ADEUS OLÍMPICO, ADEUS COLUNA

Bem, esses últimos dias foram de lágrimas. Lembrei do primeiro jogo com o meu avô, do primeiro grenal com o meu pai, do primeiro titulo e de outras centenas de momentos associados a um estádio cujo o nome está diretamente ligado a meus melhores dias.

O Olímpico sai do concreto para o abstrato deixando um rastro de dor e alegria em milhões de corações tricolores.

Sou um nostálgico, mas realista. Também chegou a minha hora de sair de cena no blog do Gothe. Não tenho mais tesão em escrever aqui. Não pelo blog, que sou leitor assíduo, mas sim em função da obrigatoriedade moral de não deixar o treinador do Bayern na mão. No meu blog, escrevo a hora que quero. Aqui a coisa é diferente. O Gothe Gol tomou uma dimensão surpreendente. Existe um séquito de leitores esperando notícias diárias sobre futebol e botão. Não existe espaço para um jornalista que a cada dia perde a vontade de escrever. E hora de outra pessoa comandar o espaço tricolor.

MARKETING DE MERDA

O Gustavo sempre diz mais ou menos assim: “Me deem o comando do marketing do Grêmio e eu revoluciono o setor”.

A direção vai fazer camisetas (200 reais cada uma) para comemorar o jogo de estreia na Arena. Só sabem fidelizar o torcedor com a paixão.

Por que não dão gratuitamente essa camiseta para a galera que pagou uma grana para prestigiar a inauguração da Arena. O custo seria irrisório e o torcedor se sentiria amado e querido pelo seu clube. Sem falar que ao sair na rua todo mundo iria saber que aquele cara foi na inauguração da Arena.

RAPIDINHAS TRICOLORES

Hoje é dia de semi da Copa do Brasil sub-20. O jogo acontece no estádio do São José O Grêmio perdeu a primeira por 1x0 pro Vitória, em Salvador. Seria uma ótima se o Biteco, o Tinga e, principalmente, o Wangler jogassem.

Na quinta, o Grêmio já estreia no brasileiro sub-20. Nos últimos tempos calendário da base inchou.

Pelo brasileiro sub-17, tricolor vence o Flamidia e esta na semi. Volante Zé Luis e o zagueiro Gabriel foram os destaques.

Caju lembra do seu Grêmio e Flamengo inesquecível no Olímpico, mas esquece de dizer que o jogo só foi 0x0 porque anularam um gol legítimo nosso. Algo normal em se tratando dos nossos confrontos com o time de maior torcida de radinho e tevezinha do Brasil.

Reza a lenda que o Messi treinou no Grêmio com onze anos, mas a direção resolveu dispensar depois que o Gothe disse que o garoto não tinha futuro. O sonho dele e do seu fiel escudeiro, Dani, é acabar com a base gremista e contratar só medalhão (não podia encerrar a coluna sem a provocadinha final).

A última vez que o internacional ganhou o brasileiro a Roberta Closet era menino, o Sean Connery brilhava no papel de 007 e Manifesto Contra o Capitalismo era o nome anual da reunião dos países da Cortina de Ferro em Berlim, na Alemanha Oriental.

Olhe esse vídeo e chore http://www.youtube.com/watch?v=rllcrKDrtz8

Moreno promete arrebentar em 2013. Disse que vai marcar 20 gols. Um por cada milhão investido em seu majestoso futebol.

Koff diminui o ímpeto na afirmação de que traria reforços de peso. Estelionato eleitoral ou encontrou as finanças em piores condições do que esperava?

Arena inicia sua história no sábado revivendo o jogo que nos deu o título mundial há 19 anos.

Só a Arena e a grana da tevê não vão deixar nosso caixa no azul. Precisamos agregar a receita de venda de jogadores (em baixa ultimamente) e ampliar a grana oriunda do quadro social e venda de artigos.

Pré-Libertadores pode ser casca ou tranquila. Como o pé-frio do Odone largou fora aposto num time boliviano ou peruano.

Dado curioso: Grêmio venceu a maioria dos clássicos nas décadas de 1920, 1930, 1950, 1960, 1980 e 1990. O Time do Sonda foi superior nas décadas de 1940, 1970 e 2000. Já estamos na frente nessa década e como eles estão comemorando até empate, acho que o sentimento externado no final do grenal já é o prenúncio de 20 anos de supremacia nossa por aí.

FUTEBOL DE MESA

A NASA afirma que o mundo vai acabar mesmo no dia 21 de dezembro. A certeza veio depois do vice-campeonato do Pedrinho na Taça RS.

Aliás, o campeão da Taça RS me chama “carinhosamente” de Lumpa- Lumpas. Os anões bizarros do filme Fantástica Fábrica de Chocolates estão entre os personagens ou cenas que mais me traumatizaram na infância junto com as gêmeas do Iluminado, citadas acima, e o clip Thriller, do Michael Jackson.

Das quatro competições importantes de cavados disputadas no RS, Geraldo Santana esteve presente em três.

No dia 15, Geraldo Santana encerra a temporada reunindo nossos filiados mais amigos da casa como o Dani, que sempre estendeu a mão quando estávamos na pior.

Abraço a todos, principalmente aos 217 colunistas colorados que foram meus colegas durante o tempo da coluna.

Amanhã é dia da lista definitiva do TOP 10 GOTHE GOL 2012 + LANCES RÁPIDOS e CONEXÃO Liso !

5 comentários:

Pedrinho Gmail disse...

Será difícil superar a perda do Cristian... podes me passar o telefone da Karen?

Daniel disse...

Meu pequeno grande amigo hoje li sua ultima coluna com o sentimento de perda, pois sei que na semana que vem não tem mais.
Sentirei saudades desta tua maneira impar de como brinca com as palavras.
Mas meu amigo sempre que precisares estarei aqui para ajuda-lo e tenho dito Tamo Junto.

SAMBAQUY, Adauto Celso disse...

Cristian,
Lamento a sua despedida. Sua pena é realmente extraordinária consegues fazer com que todos nós esperemos a quarta feira chegar. Infelizmente nos deixará, mas, talvez a saudade te faça retornar para alegria dos seus leitores.
Por vezes a vida nos obriga a mudar o rumo da caminhada, mas, lembre-se sempre que a estrada continua no mesmo lugar. Se houver possibilidade de voltar, faça-o para alegria de todos nós.
Um abraço desse leitor.

Cristian Ferreira da Costa disse...

Bem, quero agradecer os elgios, menos o pedrinho lógico e dizer: vou continuar por aqui dando minha cornetadas em tudo e em todos...hehehhe

aquele abraço

Prof.JeffersonOliveira disse...

Ola Gothe, sou o Jefferson Oliveira de Viamão, associado da AVFB e diretor técnico, se possivel gostaria de você mencionasse que em 2013 a Taça RS cavado e se possivel a 2 Taça Master, que será em nossa cidade, já confirmado pela FGFM, e que estamos em fortes negociações com a FGFM para reeditar o Metropolitano em setembro, com Liso e Cavado